sexta-feira, 15 de abril de 2011

A surpresa Peixoto

Ontem o Benfica garantiu a passagem às meias finais da Liga Europa, num jogo que me surpreendeu bastante a começar pelo onze inicial. Quando vi a substituição de Aimar por César Peixoto nos escolhidos, torci o nariz, como muitos benfiquistas provavelmente o fizeram. Mas o César calou-nos a todos.

O Benfica entrou muito bem, mas com o passar do tempo cresceu um nervosismo que veio sabe Deus de onde. Nas outras eliminatórias, com a vantagem mínima, viu-se uma confiança e uma concentração que ontem com um avanço "gordo" na eliminatória não existiu. Luisão e Jardel precisam de mais entrosamento e nas alturas cruciais viu-se que ainda têm muito a melhorar como dupla... Maxi não esteve intransponível como de costume e o erro que fez quando estava 2-0 poderia ter-nos custado a eliminaória se o Roberto não tivesse estado ao seu melhor nível, como eu gostava que sempre jogasse. 

Na frente, Saviola muito activo como sempre nas suas típicas movimentações, Gaitan em bom momento de forma (quase marcou de forma espectacular), Sálvio com um tremendo azar (vai ser operado e infelizmente perderá o resto da época), Carlos Martins a cumprir bem o dever num lugar que não é o seu, e Cardozo que finalmente se mostra mais móvel, e não plantado à beira da área, foi bom de ver.

 Depois do choque inicial, acordámos. O exemplo veio do pé do nosso grande capitão Luisão, que mostrou o sangue frio que toda a equipa precisava, e mais tarde, depois de uma fantástica jogada de Peixoto, Cardozo finalmente "reaprendeu" a marcar penalties. Não foi um jogo fantástico, mas foi suficiente para os nossos objectivos.

Mas o destaque para mim vai para a "asa" esquerda do Benfica. Se Fábio Coentrão parece dotado de uma fonte de energia inesgotável, já Peixoto é uma caixinha de surpresas. Para mim parece claro que o lugar de defesa esquerdo não é de todo para ele, já o duo com Coentrão quando ocupa a zona mais avançada do terreno tem dado melhores frutos e ontem a sua actuação foi, e devo admitir, espectacular.

César Peixoto já foi rotulado pelo próprio treinador como o "patinho feio" da equipa. Assumo também que não foram poucas as críticas que lhe dirigi. Mas tal como as disse, também sei reconhecer quando me engano. Ele não é vistoso, não faz magia, não levanta multidões. Mas sabe fazer o que lhe é pedido. Ocupar a posição necessária. Cumprir o que o mister lhe pede. César Peixoto é um peão perfeito quando o jogo exige mais táctica e menos brilho. Quando o jogo pede alguém que sabe o seu lugar numa estratégia mais complexa, é ele o homem. O problema é que é constantemente relegado para uma posição que cumpre com pouca ou nenhuma aptidão. Quero continuar a vê-lo evoluir para que se torne um jogador regular e não apenas mais um daqueles que faz um grande jogo a cada dois meses.

Voltei a depositar a minha confiança em ti César, por favor não me desiludas.

Rumo a Dublin, EU ACREDITO!!!

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